quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Uma morte em família - James Agee


Brasilia, 29 de dezembro de 2012.
Amigos Rogério e Waldemir,


Acabei de ler um texto refinado, musical, quase música sacra:  “Uma morte em família”, de James Agee (1909-1955), Editora Cia. Das Letras, 2012, 359 páginas.  O autor, americano do Tenessee, formado em Harvard, escritor, jornalista, poeta, roteirista e crítico de cinema dos Estados Unidos, prematuramente falecido em 1955, de ataque cardíaco em um taxi de Nova York, aos 45 anos.  Deixou inconcluido “Uma morte em família“, romance de fundo autobiográfico, que trata da morte de seu pai em um acidente fatal de carro.  O livro não estava inteiramente estruturado na cronologia dos seus capítulos, mas tinha o título definido e o final concluído, e era tal a qualidade do seu conteúdo que foi agraciado com o Prêmio Pulitzer.  O romance relata com maestria os acontecimentos em torno da morte do pai, quando o autor tinha apenas seis anos, descrevendo com intensidade cada personagem a partir do menino Rufus, foco destacado do livro.  Cada membro da família (Mary, a tia Hannah, Andrew, Catherine) é apresentado na sua intimidade, “por dentro”, conforme era visto e considerado pelos outros.  Todos ganham dimensão no texto,  representando um conjunto humano de grande importância.   Os diálogos são marcantes e de rara beleza, envolvendo o leitor num clima de refinamento ao aprofundar a descoberta dos meandros da vida e da consciência da família Follet.   “Uma morte.  Em pleno vigor, um homem é tirado de sua família.  Uma notícia que poderia ser dada em qualquer momento,  em qualquer romance...   Para James Agee,  “trata-se da oportunidade de escrever um romance dedicado quase que integralmente a investigar o impacto dessa morte nos membros daquele grupo...  Agee se debruça sobre cada um dos personagens com uma dedicação e um detalhismo plenamente amorosos...”  O autor, católico, assinalado com forte sentimento religioso, vai nos envolvendo delicada e solidamente, num ambiente de doçura e suavidade.
O abraço do
Antonio A. Veloso.


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