quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Brooklin


Brasilia, 10 de fevreiro de 2013.
Caros amigos,

Fiz, com prazer e gosto, a releitura do ótimo “Brooklin“, cuja resenha aqui lhes envio.  Abraços.

Antonio A. Veloso.

Texto:   “Brooklin“, de Colm Tóibín, Editora Cia. Das Letras, 2008/2011, 302 páginas:



-   O autor, irlandês católico, produziu um romance elegante, a meu ver primoroso, de fina textura, à moda tradicional, com começo, meio e fim.   Trata-se de texto premiado, tendo conquistado, com mérito, o prêmio Costa de melhor romance britânico de 2010;
-    Colm Tóibín, jornalista, crítico literário, nasceu em Enniscorth, em 1955, tendo publicado no Brasil, até agora:  “A luz do farol”, “Mães e filhos”, “O Mestre” (sobre a vida romanceada de Henry James);
-    deliciei-me com o texto, bem cuidado, que vai evoluindo elegantemente:  a história se passa no início dos anos 1950, girando em torno da pacata vida de Eillis Lacey, em Enniscorth, juntamente com sua família, a mãe e a irmã Rose. “Eillis é uma personagem desenhada com a leveza de uma aquarela, mas com a força da grande arte ...” Tímida e retraída, “não forja seu próprio destino, esconde de si mesma pensamentos e emoções”.  Ela se deixa levar em parte pelos acontecimentos e pelas pessoas.  Além disso,  a Irlanda, à época,  não oferecia maiores oportunidades de futuro,  de modo que, na carência de empregos, Eillis resolve aceitar a oferta do Padre Flood:  chance de trabalho e moradia no Brooklin, nos Estados Unidos;
-    enfrentando o desafio, Eillis se desloca para o seu novo rumo, após conturbada viagem de navio, na travessia do Atlântico.  Aos poucos, etapa por etapa, Eillis vai se adaptando ao novo ambiente e às novas condições, assumindo a rotina diária do trabalho diurno e, em seguida, os estudos à noite na faculdade de contabilidade.  Semanalmente, acrescenta à sua rotina o baile da paróquia, às sextas-feiras, onde conhece o “jovem e entusiasmado Tony”, de origem italiana, com quem passa a se relacionar e se envolver;
-    de natureza tímida e solitária, Eillis vai aos poucos estabelecendo paz e confiança em sua nova vida, até o momento em que esse cenário é mudado com a imprevista necessidade de um retorno à Irlanda, colocando-a mais uma vez diante de sério dilema, cruel e angustiante.  O livro, como assinala o Washinton Post, é “escrito com elegância e inteligência ... O talento de Tóibín é surpreendente, um romance formidável, muito especial”. Com extrema habilidade,  o autor, Tóibín,  “trama uma delicada teia de sentimentos ocultos,  de aceitação do destino e de sonhos abandonados, que deixará o leitor preso à história por muito tempo depois de terminar o livro”.    Ao final , com sutileza, o autor nos mostra Eillis fortemente dividida entre a promessa firmada nos Estados Unidos e as possibilidades abertas com o retorno à Irlanda.



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