quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Livro - “Bravura Indômita”, de Charles Portis

Brasília, 16 de fevereiro de 2011.
 

Fiquei encantado de ler o clássico do oeste, publicado originalmente em 1968: “Bravura Indômita”, de Charles Portis, 1968/2011, Editora Alfaguara, 187 páginas. Trata-se de texto especial, caindo como uma luva para filme sobre o oeste americano, com a primeira adaptação para o cinema sendo feita em 1969, sob direção de Henry Hathaway, com John Wayne no papel principal, premiado com o Oscar. Acaba de ser lançada a segunda versão do filme, dirigida pelos irmãos Joel e Ethan Coen, com Jeff Bridges, em apresentação primorosa, também candidata ao Oscar. O romance é uma delicada e sutil obra-prima, em linguagem direta e seca, mas bem humorada. Conta a história de uma decidida e corajosa garota de 14 anos que contrata um velho e caolho xerife , “de bravura indômita”, destemperado, de nome Rooster Cogburn, para caçar o covarde assassino do seu pai em terras dos índios, no Arkansas. O agente federal, rabugento e chegado à bebida, é “um sujeito sem misericórdia, duro na queda, e medo não entra naquelas idéias.” A história reúne os três principais personagens - a menina de 14 anos, Mattie Ross, o agente federal Cogburn e o Texas Ranger LaBoeuf – em torno da épica aventura, perigosa e dramática, construída com inventividade e bom humor. Há descrições antológicas: o enforcamento público de três condenados, dois brancos e um índio, com a presença de cerca de 1000 pessoas e 20 cachorros; o julgamento do acusado Wharton, no Tribunal de Fort Smith, chamado de “matadouro Parker”, do famoso Juiz Parker, responsável pela sentença de morte de mais de cento e sessenta homens, dos quais assistiu pessoalmente mais de oitenta “balançando na ponta da corda”. “Bravura Indômita” é de fato um clássico, um livro envolvente, com personagens marcantes, inesquecíveis.
Abraço afetuoso.
Antonio A. Veloso