No clima de divulgação das premiações do Oscar de cinema (o filme, na direção de Martin Scorcese, ganhou cinco prêmios), acabei de ler, com genuíno encanto, o curioso”A invenção de Hugo Cabret”, texto e ilustrações de Brian Selznick, Edições SM, 2007/2012, 533 páginas. Trata-se de livro juvenil, próprio para jovens e adolescentes, que dá para ler de um só fôlego. A história é quase ingênua ( e criativa ), revelando um mundo de mistérios, incertezas, perigos e suspense. O ambiente físico é a central de trem de Paris, dos anos 1930, onde Hugo Cabret, menino órfão de 12 anos, vive escondido e circulando por passagens secretas e estreitos caminhos. O cronometrista da estação era tio de Hugo Cabret, bebia muito e num dado momento desapareceu, deixando o garoto, seu aprendiz, incumbido de cuidar diariamente de todos os relógios da estação. Hugo Cabret era muito habilidoso e sabia cuidar de todas as engrenagens: acertava as horas, escutava os compassos, observava os enormes ponteiros e ficava responsável pelo bom funcionamento das máquinas. Hugo Cabret guarda um importante segredo e procura se manter escondido, invisível de todos. A sua aventura toma forma e enfrenta embaraços na medida em que se envolve com o dono da loja de brinquedos da estação e com a sua afilhada, Isabelle. O atraente relato das coisas nos leva à origem do cinema, à convivência com o homem mecânico - a figura central do autômato, salvo de incêndio no museu - , aos mistérios do caderno de Hugo, da chave de Isabelle e de outros enigmas. Com rara beleza, a história é narrada com a mistura de texto e sugestivas gravuras, empreendendo a experiência da agradável leitura.
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