quinta-feira, 31 de maio de 2012

Livro O Tempo Voa – 50 anos de uma vida Pe Rafael Vieira

Brasilia, 9 de maio de 2012.


 A sensação é muito boa, a propósto da leitura do delicioso 15º. Livro do Pe. Rafael Vieira, Pároco da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Lago Sul, aqui em Brasília: “O Tempo Voa – 50 anos de uma vida” (Scala Editora, Goiânia/2012, 120 páginas).  


O texto tem prefácio primoroso e revisão da paroquiana Márcia Lyra Nascimento Egg, que assinala:  “É um belo, autêntico e corajoso livro de vivíssimas memórias, um verdadeiro ato de bravura de alguém que cresceu o suficiente para não precisar mais mentir sobre coisa alguma”.  Com disciplina ,  o livro foi desenhado de 1963 a 2013, contendo temas específicos e reflexões para cada ano (alegria, sofrimento, liberdade ...), abrangendo os cinqüenta anos de idade do autor, acrescidos dos sete meses prematuros vividos no ventre materno.  Diferentemente do que  o autor procura minimizar, o texto é valioso e rico, embora muitas vezes despojado, revelando coisas íntimas, essenciais e perenes.  Nesse contexto, o autor revela: “Meu humor é terrível. Os amigos que vivem próximos de mim são altamente penalizados pelo meu costumeiro azedume. Divertir é uma das atividades que eu menos realizo na vida, ainda assim compreendo e aceito que se trata de uma benção.  Sorrir faz bem para a alma.  Uma vez eu li que o Espírito Santo é o bom humor da Santíssima Trindade”.  “Um sorriso ensina muito”.   Com humildade e zelo, o Pe. Rafael,  devagarinho, vai colocando as coisas no seu devido  lugar.” Jamais gostei de apanhar de ninguém, mas jamais tive prazer em bater nos outros. A força que busco tem outro poder:  é a força da fé. A força de Deus.”  Com sabedoria, fala em seguida das amizade que construiu desde a sua infância: “Conheço e amo pessoas esplêndidas”... “A amizade é uma experiência completa ... Acho que se pode dizer que ser cristão é ser amigo”.  Reflete, também com força, sobre o discernimento: “Discernir é o verbo que se conjuga para tomar consciência mais profunda do que somos e queremos, do que somos capazes de falar e de fazer... E estou certo de que discernir seja algo muito próximo da oração”.  O Pe. Rafael viveu amplas e variadas experiências, no Brasil e no mundo, que são indicadas com riqueza de informaçõese avaliações, inclusive aquelas que representaram a tentativa de “redescobrir a si mesmo e andar em outra direção.  No capítulo de 1983, por exemplo,  saiu de novo do seminário, dessa vez “com tudo bem planejado e comum propósito bem definido:  eu me sentia vocacionado, era verdade, mas precisava fazer uma experiência concreta de trabalho e de namoro”.  Em 1987, sob o título de vocação,  é relatado o início da sua habilitação para o ofício de jornalista e o tocante episódio de relacionamento com ator da TV Globo, com o grande envolvimento de amizade e o trágico desenlace após o ano em que se encontraram em Roma, sem nenhum comentário da doença que o estava vitimando.  Nos  anos
 de 1990 a 1993, fala com intensidade das viagens a Roma e outros países, fato que mudou a rota da sua vida.  Em seguida, volta ao Brasil e retoma suas atividades e os desafios interiores: “Hipertenso, obeso, compulsivo, sedentário, estressado, eu só conseguia ver problemas na minha frente” .  Em 1998 ,  enfrentou séria depressão: “Não me lembro de ter ido tão fundo no sentimento de vazio existencial“ .  O ano de 1999 é marcante de emoções, especialmente em torno do Papa João Paulo II, a quem foi entregue, na praça de São Pedro, um volume com um milhão de assinatura do povo brasileiro de apoio ao gesto de celebração do ano jubilar de 2000. Define o Pe.Rafael: “Emoção é o nome que a gente dá a todas as vezes em que o nosso ser transborda”.   A análise feita no ano 2000, sobe o amor, é importante e densa:  aos 37 anos, confessa       que ainda o “transtornava um pouco avaliar o namoro e o casamento como possibilidades concretas”.  Não se tratava de insegurança vocacional, pois estava pacificado em suas escolhas: “o que me trazia inquietude era considerar a vida em suas surpresas.”  De passo em passo, enfim.tudo vai se mostrando em crescimento e os prenúncios para 2013, segundo o autor, são de vislumbrar um ano cheio de vigor para a Igreja inteira e de animação
pessoal: “A fé é o meu alimento de todos os dias... O vigor que sinto vem da minha fé...  Minha vida é a expressão absoluta do quanto Deus é bom com os pequenos e os pobres.”  Mergulhei no livro e me encantei!
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Abraços.
Antonio A. Veloso.

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