quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Livro "Como governar o mundo"

Brasilia, 8 de fevereiro de 2012.




Amigos,


Apresento-lhes resenha rápida sobre “Como  governar o mundo”, de Parag Khanna (Editora Intrínseca, 2011, 271 páginas):


-  Trata-se de narrativa ambiciosa sobre o estado atual e o futuro das relações internacionais no mundo. È um levantamento amplo e envolvente, cobrindo os países, os continentes, as diferentes regiões e colocando no meio de tudo a ação da megadiplomacia hoje exercida por nações, estados, ONGs, empresas, impérios, uma mídia poderosa: enfim, todos os agentes que atuam nos diferentes níveis de atividade. È, em síntese, um panorama dinâmico do mundo e de seus problemas  -  os grandes conflitos, as diversidades étnicas, o terrorismo, as desigualdades, as desigualdades, as iniqüidades.  O autor procura realçar o papel da megadiplomacia, com a sua força e talento ,para administrar os conflitos e tendo  a capacidade de arrecadar os recursos indispensáveis para tornar mais justa a vida das pessoas, melhorar a   economia global, realizar a reconstrução de estados desorganizados e falidos, enfrentar e combater o terrorismo, alimentar os países pobres e necessitados, fornecer água, segurança, educação, evitar o desastre ambiental, propiciar a boa governança.   O autor já publicou outro livrro (“O segundo mundo”), é renomado, tendo sido eleito como uma das “Pessoas mais influentes do século XXI” pela revista Esquire; escreve para o New York Times e Financial Times e é comentarista da CNN e BBC; graduado e pós-graduado pela Universidade de Georgetown, PHD pela London School of Economics.  Como disse, o texto ora oferecido é um decidido manifesto em favor da megadiplomacia e das suas virtudes como instrumento relevante para melhor governar um mundo sem fronteiras.  O autor é corajoso e polêmico em algumas de suas posições, formulando propostas concretas para solução de problemas cruciais do mundo.  Exemplos:  a noção de “bom governo” suplanta com rapidez a democracia como mantra global;  o Irã deveria ser inundado por contratos comerciais, midiáticos e diplomáticos que o obrigariam a ser mais transparente em suas atividades;  a solução defensável para a Coréia do Norte é dar garantias de que os Estados Unidos não a invadirão;  a “guerra contra o terror” não apresentou resultados melhores do que a “guerra contra as drogas”;  a política externa americana tem favorecido a “guerra longa“, em detrimento da guerra local, mais importante (apesar de suas conexões globais, o terrorismo é principalmente local);  a Doutrina, Responsabilidade de Proteger é natimorta; ela deveria exigir da comunidade internacional que interviesse quando os governos se revelassem incapazes de proteger seu povo ...”  “Uma estratégia inteligente seria insistir em afastar os chefes de estado que muitas vezes são a fonte de todos os problemas. Afastar os maus líderes  -   sim, depô-los violentamente  -  sem punir o povo...”  Segundo, o autor, “uma das principais tarefas dos novos colonialistas é, portanto, derrubar os líderes medievais, no pior sentido da palavra”.  O texto revela grande esforço de pesquisa e de busca de informações.  Para o autor, como já assinalado, “Diplomacia é a resposta em uma só palavra para governar o mundo – e melhorar nosso desenho diplomático global é a chave para melhor governarmos o mundo”.   A globalização, “ao conferir poder e autoridade às redes terroristas transnacionais, ao crime organizado e aos traficantes de drogas, tornou alguns países fracos ainda mais fracos, enquanto empresas multinacionais e ONGs cresceram em poder e estatura”. Por isso, no seu entendimento, “a megadiplomacia é a grande esperança de confrontarmos um mundo de caos neomedieval de altos riscos.

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