terça-feira, 12 de abril de 2011

Livro “Percorrendo Memórias” Dr. Aloysio Campos da Paz Júnior

Brasília, 12 de abril de 2011.


Participei, no último dia 6/4, no Salão Nobre do Senado Federal, do lançamento do recente livro do Dr. Aloysio Campos da Paz Júnior, “Percorrendo Memórias” (gráfica da Rede SARAH, Sara Letras, 2010, 190 páginas). O livro, em fino acabamento e esmerada apresentação gráfica, conta com fotos do arquivo pessoal do autor e do arquivo da Rede SARAH: o prefácio, intitulado Um Homem Diferente, é de autoria do filósofo Leandro Konder, e o posfácio reúne comentários da professora Adélia Bezerra de Meneses. Leandro Konder assinala: “o doutor Aloysio Campos da Paz é uma pessoa diferente de todas as outras... Seu livro está cheio de referências a momentos cruciais do século XX. Aloysio pertence, eticamente, ao grupo daqueles que costumamos classificar de esquerda democrática, isto é, àquele setor da sociedade que luta não só pela liberdade para todos, mas também pela igualdade (ou, dito em outros termos, pela diminuição das desigualdades sociais).” A professora Adélia Bezerra de Meneses, respondendo à pergunta sobre se valeu a pena o livro de memórias, pois “memórias” podem ser algo muito chato”, foi taxativa: “Depende de quem são as memórias. Efetivamente, sendo seu autor quem é, trata-se aqui, ultrapassando o individual e o pessoal, de memórias de uma geração, da qual ele é porta-voz e agente.” O texto é, de fato, representativo, mostrando desde a infância do autor, sua família, sua vida no Rio de Janeiro e posteriormente em Brasília, os estudos, a estada no exterior, doutorado em Oxford, toda a convivência com os colegas e grandes mestres, a experiência e vivência com os acontecimentos militares da década de 1960, os chamados “anos de chumbo”, a retomada da democracia e os seus conflitos, o advento da Constituição de 1988 e tudo mais. Paralela e concomitantemente, descreve a sua luta profissional na medicina, os seus projetos singulares, a evolução das idéias e planos até a implementação da Rede SARAH nos diferentes espaços do país (Brasília, Salvador, São Luis, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Belém, Macapá). Conta, ainda, a  “aventura” da implantação dos regimes de tempo integral e, por último, da dedicação exclusiva nos projetos do SARAH, o “Sarinha”, o “Sarão” e tudo mais. No livro, tudo é relatado em tom ameno e discreto, com jovialidade e bom humor, mesmo quando se tratava de abrir mão do seu lucrativo consultório particular ou quando a matéria era política/militar. Refletindo o seu sentido de gratidão, doutor Aloysio faz, delicada e discretamente, o registro em favor das pessoas que colaboraram no governo federal com o seu programa e com a montagem da estrutura financeira para a respectiva implementação: “Para que o programa começasse a ser implementado, pois ele circularia através da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, teve um papel fundamental Antonio Augusto dos Reis Veloso, irmão do então ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso. Quando a proposta estava pronta, foi defendê-la perante o ministro.” A foto da contracapa, de sua autoria, mostrando o casal de jovens em cadeiras de roda se beijando amorosamente, é muito bonita, marcante e emblemática. Digna de registro, igualmente, a delicadeza com que o autor se refere à doutora Lucia Willadino Braga, prata da casa, e hoje cientista de renome, desde cedo dedicada à Rede SARAH e que ora dirige com dedicação e competência. Em Oxford, doutor Aloysio já havia recebido do doutor Trueta a sentença: “Você vai se sentir professor somente quando formar alguém melhor que você.” Segundo o doutor Aloysio, o destino se cumpriu na pessoa da doutora Lucinha, eleita em novembro de 1999 doutora honoris causa da Universidade de Reims, na França, por seus trabalhos na área da neurociência. A meu ver, valeu a pena o registro das memórias.
Abraço para todos.
Antonio A. Veloso

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